Nas palavras finais do Credo Apostólico, atribuído pela tradição aos doze apóstolos, é possível ler: “Creio na santa igreja universal; na comunhão dos santos”. Eu também creio na igreja, apesar das lutas, das decepções, apesar de ter sido propositalmente esquecido por muitos, apesar das surpresas desagradáveis, apesar dos líderes arrogantes, dos vaidosos, dos insensíveis, apesar dos ladrões travestidos de piedosos, que manipulam vidas como se fossem mercadorias.  Apesar de tudo isso (e muito mais), eu creio na igreja.

Creio porque sei que ela é muito mais. A verdadeira igreja continua saudável e cheia de vida, apesar dessa gente adoecida que se faz passar por liderança espiritual e tem ferido tantas vidas. É verdade. Apesar do joio, há um trigo fortalecido e se multiplicando nos campos do Senhor. Certamente o Dia Final revelará quão grande foi o poder da graça de Deus, sempre presente sobre esse santo trigo.

Apesar da maldade e hipocrisia de tantos, há uma igreja linda por trás de tudo isso. É a “igreja universal”, santa e bíblica, espalhada em inúmeras pequenas porções pela face da terra, que sabe “chorar com os que choram e se alegrar com os que se alegram” (Romanos 12.15). Sou grato a Deus por pertencer a essa igreja. Ela intercede por mim e eu por ela. Todas as vezes que penso não ter saída, o Senhor me coloca diante de irmãos e irmãs que representam – de fato – essa verdadeira igreja. E assim sou consolado e edificado.

Esse é um povo especial, pois não se deixa manipular por palavras humanas, uma vez que sua direção sempre vem da Palavra de Deus. Cada irmão ou irmã que sabe pertencer a essa fantástica igreja tem gravado na alma o mesmo DNA espiritual encontrado no sangue de Cristo. É por isso que quem faz parte desse santo rebanho não perde a bondade, a mansidão, a capacidade de se envolver com os “santos do Senhor”, com os projetos de Deus. Sim, eles perseveram – e perseveram pela graça.

Quer ver o quanto sou feliz? Basta encontrar essa igreja. Sem muito esforço você me verá lá no meio, dançando ao som do sopro do Espírito, como menino alegre em manhã de natal. Ali você me encontrará ao lado de tantos outros – muitos tratando de suas feridas -, na mesa da comunhão, compartilhando a vida e se doando mais uma vez.