O bispo Stephen Nill, diante de um silencioso auditório de estudantes, em Oxford, relatou uma história interessante que exemplifica bem o princípio de que aquele que perdoa é o que sofre. Ele diz que não entendia o significado da cruz até que encontrou um evangelista, na Índia, pregando numa feira. O evangelista pregava sobre o filho pródigo. Ao final, suas palavras são eloquentes. O evangelista terminou sua pregação assim:

“O filho pródigo não entendeu a dor de seu pai, quando saiu de casa, nem enquanto gastava todo o seu dinheiro com as prostitutas e os falsos amigos. Em nenhum desses momentos aquele rapaz conhecera o preço do perdão. Ele não entendeu a dor de seu pai quando o viu correndo ao seu encontro, abraçando-o e beijando-o ali mesmo na estrada. Ele só foi compreender o quanto seu pai havia sofrido com sua ausência, e quão alto foi o preço do seu perdão, mais tarde, passados alguns dias após o banquete que o pai lhe dera. Alguns dias depois é que percebeu que os cabelos de seu pai tornaram-se brancos durante a sua ausência.”

Os seus cabelos tornaram-se brancos. O pai sofreu duramente durante a ausência de seu filho, mas o seu perdão (ao invés da vingança) é que restaurou não apenas o filho, mas toda a família. Agora havia festa no lugar onde antes havia choro. As gargalhadas voltaram a encher a casa de alegria. O filho perdido voltara e o pai o recebera com graça. O riso solto sentou-se na cadeira que antes era ocupada pelo aflitivo silêncio.

O pai sofreu. Sofreu o preço do perdão. Sofreu o prejuízo da dívida não paga, sofreu a ingratidão do amor não correspondido durante alguns anos. Quando Deus me perdoou na cruz, quem sofreu foi ele, não eu. Eu apenas fui o grande beneficiado com seu perdão. O sofrimento ficou todo com ele.

“Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido” (Isaías 53:4).

Sim, quem perdoa sofre. Sofre, mas ganha.