Não é fácil enfrentar a rejeição. Ela dói na alma, machuca o coração, enrijece a face e faz chorar, ainda que se lute desesperadamente contra as lágrimas, pois quem é rejeitado sempre tem de enfrentar a ruptura de laços amorosos construídos ao longo da história. Com Agar foi assim. Sem que percebesse, sua presença não era mais bem-vinda. O filho que tinha e era motivo de gratidão tornara-se a causa dos desacertos no lar. Sara decidiu que ela não poderia mais viver em sua casa, não compartilharia mais do mesmo ambiente, pois seu filho, numa brincadeira de criança, fez chacota com Isaque, o irmão mais novo – por parte de pai.

Não foi fácil para aquela mãe. Da noite para o dia, tudo se desfez em sua vida. As palavras de Sara foram duríssimas. Ela deixou claro que, ao acordar no dia seguinte, não queria ver Agar nem seu filho por ali.

Abraão, então, levantou-se “de madrugada” (Gn. 21.14), preparou uma boa porção de pão e água e os entregou a Agar. Por fim, entregou a ela seu filho e se despediram. A despedida foi doída, provavelmente em meio a muito choro. Sara sequer foi até a porta da tenda. Agar partiu…

Sozinha e na escuridão, partiu tendo por companhia apenas o único filho que Deus lhe dera. A noite era ainda escura e Agar “saiu, andando errante pelo deserto de Berseba” (Gn. 21.14). As horas se passaram e o dia clareou, ampliando os horizontes do deserto e potencializando a solidão e a tristeza por ter sido expulsa e impedida de viver na casa que também era dela. As horas se passaram, a água acabou e o desespero tomou conta. Tudo indicava que ela e seu filhinho iriam morrer.

Agar chorou.

Quando menos se espera, Deus surge no abandono do deserto e intervém na história da rejeitada. O Senhor abre os seus olhos, e ela vê que está próxima a um poço de água (Gn. 21.19). Não morreria mais. Deus lhe faz belas promessas, e ela toma o menino pela mão. Juntos conseguem sair do deserto.

Hoje o Senhor quer fazer com você o que ele fez com Agar, tirar você do deserto em que se encontra. O Todo-Poderoso anseia por mudar a sua história. Mesmo que você tenha sido colocado para fora de casa e esteja caminhado sem rumo pelo seu “deserto de Berseba”, Deus cuidará de sua vida.

Levante-se, erga os olhos e ponha-se a caminhar. O seu Deus é maior que qualquer deserto, inclusive o deserto da rejeição.